Apaes protestam contra proposta do MEC de incluir alunos especiais em escola normal
O Conselho Nacional de Educação, através do parecer 13/2009, prevê uma nova política de educação inclusiva, exigindo que os pais de alunos especiais matriculem seus filhos, a partir de janeiro de 2010, em escolas do ensino comum. As escolas especiais atenderiam no turno inverso ao da escolarização e contribuiriam para a inclusão social.
Essa decisão precipitada do Ministério da Educação ainda não foi homologada pelo ministro Fernando Haddad e gera muitas manifestações em todas as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) no Brasil.
Eduardo Scirea, presidente da Apae de Francisco Beltrão, considera essa atitude de inclusão como uma “penalização para quem faz educação especial”. Ele afirma que as entidades do setor não são contra a inclusão, mas ela não pode ser autoritária e as escolas especiais de hoje, caso aprovado esse parecer, se tornariam um centro de saúde. “A Apae começou com finalidade pedagógica, a saúde veio depois, para somar e auxiliar no aprendizado. Agora querem acabar com o lado pedagógico”, reclama.
As famílias dos alunos começaram a ser informadas nesta semana, através de cartas, sobre a situação do processo e a partir de agora todos devem se unir em prol da manutenção das classes. “Mandamos cartas para os 40 mil alunos do Paraná e pedimos para que as famílias enviem correspondências para as autoridades expressando a opinião sobre a importância das escolas para a vida dos filhos”, relata José Turozi, presidente da Federação das Apaes do Paraná.
Além disso, a federação encaminhou junto à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos uma denúncia em relação à forma de encaminhamento dessa discussão, pois, segundo Turozi, não é fechando escolas que a inclusão vai acontecer. O presidente diz ainda que alunos com problemas visuais ou auditivos, por exemplo, que teriam uma adaptação mais branda num colégio tradicional, já não conseguem estrutura necessária para o desenvolvimento educacional e procuram as Apaes.
Assim, as federações nacional e estadual prometem ir até a última instância para garantir a permanência do ensino nos moldes de hoje. “No ano passado, o Ministério da Educação fez um levantamento dizendo que apenas 15% das escolas no Brasil estavam adaptadas à acessibilidade, e agora resolvem colocar todos os alunos nessas escolas?”, questiona Turozi.
Os 46 professores da Escola Mundo Colorido também pensam em algumas atitudes e, por isso, estiveram reunidos na última sexta-feira para discutir o assunto. Roseli Tonello, coordenadora pedagógica, relatou que os professores da educação especial não são contra a inclusão, pelo contrário, apoiam o ato desde que seja realizado quando o aluno puder levar a vida com normalidade. “A gente faz inclusão quando a pessoa tem condição de aprender e acompanhar os colegas na escola normal. Um ato mal pensado pode acarretar problemas para a criança”, comenta.
A indignação aconteceu por conta desse parecer unidirecional, ou seja, do ministério para as escolas sem qualquer consulta aos maiores interessados, que são os alunos e seus familiares. A inclusão não acontece somente quando um aluno troca a escola especial pela de educação normal. Há também muitos deles que conseguem ingressar no mercado de trabalho em decorrência dos projetos da Apae. “Nos últimos cinco anos, 3.984 alunos foram para a rede comum e 1.060 conseguiram empregos”, dimensiona Turozi.
FONTE: Rádio Independência
Essa decisão precipitada do Ministério da Educação ainda não foi homologada pelo ministro Fernando Haddad e gera muitas manifestações em todas as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) no Brasil.
Eduardo Scirea, presidente da Apae de Francisco Beltrão, considera essa atitude de inclusão como uma “penalização para quem faz educação especial”. Ele afirma que as entidades do setor não são contra a inclusão, mas ela não pode ser autoritária e as escolas especiais de hoje, caso aprovado esse parecer, se tornariam um centro de saúde. “A Apae começou com finalidade pedagógica, a saúde veio depois, para somar e auxiliar no aprendizado. Agora querem acabar com o lado pedagógico”, reclama.
As famílias dos alunos começaram a ser informadas nesta semana, através de cartas, sobre a situação do processo e a partir de agora todos devem se unir em prol da manutenção das classes. “Mandamos cartas para os 40 mil alunos do Paraná e pedimos para que as famílias enviem correspondências para as autoridades expressando a opinião sobre a importância das escolas para a vida dos filhos”, relata José Turozi, presidente da Federação das Apaes do Paraná.
Além disso, a federação encaminhou junto à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos uma denúncia em relação à forma de encaminhamento dessa discussão, pois, segundo Turozi, não é fechando escolas que a inclusão vai acontecer. O presidente diz ainda que alunos com problemas visuais ou auditivos, por exemplo, que teriam uma adaptação mais branda num colégio tradicional, já não conseguem estrutura necessária para o desenvolvimento educacional e procuram as Apaes.
Assim, as federações nacional e estadual prometem ir até a última instância para garantir a permanência do ensino nos moldes de hoje. “No ano passado, o Ministério da Educação fez um levantamento dizendo que apenas 15% das escolas no Brasil estavam adaptadas à acessibilidade, e agora resolvem colocar todos os alunos nessas escolas?”, questiona Turozi.
Os 46 professores da Escola Mundo Colorido também pensam em algumas atitudes e, por isso, estiveram reunidos na última sexta-feira para discutir o assunto. Roseli Tonello, coordenadora pedagógica, relatou que os professores da educação especial não são contra a inclusão, pelo contrário, apoiam o ato desde que seja realizado quando o aluno puder levar a vida com normalidade. “A gente faz inclusão quando a pessoa tem condição de aprender e acompanhar os colegas na escola normal. Um ato mal pensado pode acarretar problemas para a criança”, comenta.
A indignação aconteceu por conta desse parecer unidirecional, ou seja, do ministério para as escolas sem qualquer consulta aos maiores interessados, que são os alunos e seus familiares. A inclusão não acontece somente quando um aluno troca a escola especial pela de educação normal. Há também muitos deles que conseguem ingressar no mercado de trabalho em decorrência dos projetos da Apae. “Nos últimos cinco anos, 3.984 alunos foram para a rede comum e 1.060 conseguiram empregos”, dimensiona Turozi.
FONTE: Rádio Independência
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