Para compor o alfabeto, também precisou tomar conhecimento de outra linguagem pré-existente. Inspirou-se em um código de leitura táctil inventado por Charles Barbie, um oficial da artilharia francesa que necessitava ler no escuro das trincheiras. O código de Barbie também servia para enviar mensagens codificadas a sentinelas. Esse sistema se utilizava de uma série de pontos em alto relevo.
O Braile foi inventado pelo francês Louis Braille. Antes da invenção não havia um código de leitura específico para os cegos. Louis Braille, no entanto, quando estudava no Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy, teve contato com um sistema formado por este último. Os livros eram compostos por grandes letras em alto relevo para serem reconhecidas pelos contornos, algo, porém, sem grande praticidade e que os encarecia.
Esse sistema não representava letras, mas sons, e por isso foi chamado "Grafia sonora". Todavia, não foi recebido com muito entusiasmo, e, por isso, seu inventor o adaptou para deficientes visuais. Também não teve grande sucesso assim, pois um mesmo símbolo substituía muitas coisas e por isso podia causar confusão.
Louis Braille ao se deparar aos 12 anos com tal sistema pôs-se a aprimorá-lo, constituindo sua própria linguagem. Logo aos 17 anos estava ensinando alunos extra-oficialmente, já que o braile ainda não era reconhecido. Seu quarto era o quartel general da linguagem revolucionária. Mais tarde, Braille reconheceria Barbier como fonte de inspiração.
Braille temia que seu método não fosse levado adiante, mas o governo francês o oficializou em 1954, dois anos após sua morte precoce aos 43 anos. Napoleão III promoveu a mundialização da língua ao expô-la um ano seguinte na Exposição Internacional de Paris, juntamente com um concerto de piano com os ex-alunos do inventor. Os restos mortais do professor chegaram a ser transferidos para o local onde se sepultam os corpos dos heróis-nacionais, o Panthéon, em Paris. Outra conquista da língua data de 1892, quando Frank H. Hall produziu uma máquina capaz de reproduzi-lo.
O Braile começou a ser utilizado no Brasil em 1856. As estimativas calculam a existência de 750 mil cegos no país, e uma lei obriga a distribuição gratuita de material em braile para todos eles. Para isso imprimem-se apenas 25 títulos por mês, num total de 4 mil volumes, quantidade insuficiente. As editoras fazem parte do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, e da Fundação para o Livro do cego, em São Paulo.
Fonte: wikkipedia
Nenhum comentário:
Postar um comentário